Sou nada

Sou nada
Gilson Silva

Sou o prolongamento do meu eu: nada
Que se divide e forma outros eus
E como eu, são nada.
Nesses tantos eus sem nada
Galgando espaços entre os todos.
Como tolos abraçamos o circo
“dado” para amordaçarmos aos poucos
E como louco riu de mim mesmo.
Ah! Doçura amarga da inocência coletiva!
Eu individuo também coletivo, também nada,
Nado contra a correnteza nesse esmo
De cidadania de minúsculas partes.
Como me arde de ser nada
Diante do assombroso mostro: poder.
Movo palhas pra findá-lo, mas nada!
Chacoalho, chacoalho, mas não cai.
Talvez contigo e tantos outros
Deixaremos enfim, de sermos nada!

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